“Deus é Fiel”, bordão Cristão ou pagão?

É muito comum observar o bordão neo-protestante “Deus é fiel” estampado por toda a parte. Ironicamente se observa isto com mais freqüência estampado a uma “graça” alcançada. Talvez seja falta de observação minha, mas nunca vi circulando - ou às vezes se arrastando pelas ruas – um veículo em péssimo estado de conservação ostentando o tão famoso adesivo que diz: “Deus é fiel”. Aos nossos olhos errantes Deus sempre se mostra fiel quando alcançamos vitórias, porém um dos casos mais evidentes da fidelidade de Deus é para com seu filho Jó, quando este se encontrava em suas condições mais “adversas”.
De fato a fidelidade de Deus é irrefutável, porém a nossa não é tão irrefutável assim... Serve quase que como regra observar que até mesmo um ateu fala com toda a convicção do mundo: “Aí meu Deus! Socorro!” quando tem graves problemas. Ou um cético, que diante de uma situação difícil deixa de lado todas as suas dúvidas e se torna um teo-centrico convicto, e de mãos dadas ao ateu pede ajuda a Deus. E os “Cristãos” geralmente não fogem muito a regra.
Nos tempos anteriores a vinda de Cristo, os tempos "pré-graça", o rei Salomão escreve seus provérbios sobre demasiados assuntos, em que vários concernem à lei e inocentemente exclui a graça pelo fato da mesma ainda não ter vindo encarnada como promessa e tornasse impalpável e desconhecida. Porém com a vinda de Cristo, que nos serve como modelo de conduta e como "caminho, verdade e vida", as coisas começam a mutacionar.
Observa-se claramente isto na carta de Hebreus, onde o próprio Cristo como ser maior, se apresenta como antítese à pré-graça, estabelecendo um novo conceito com forma e fôrma definidas. Um dos exemplos dessa postura pós-graça é a escritura, em Hebreus 7:22 que diz: "por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança.”. Onde por ser nosso fiador, morreu na cruz para pagar àquilo que jamais cometeu. Tomando para si nossas dores. Retendo nossas dívidas. E como cordeiro imaculado foi levado ao matadouro, para que se cumprisse à profecia por amor aos que se consideram perfeitos, mas que na verdade são interiormente incompletos por deixar em aberto a lacuna reservada à Graça. E aos imperfeitos que também são incompletos, porém por sempre deixar uma lacuna reservada a Graça.
Logo, cabe a nós sermos coerentes ao Cristo o qual dizemos seguir, e não tão somente seguidores e sim imitadores, buscando uma postura que se baseie na dEle e atitudes que ao menos se aproximem.
Fiar alguém talvez seja correr um risco. Fiar a Cristo não basta de um simples agradecimento, por de antemão ele ter sido espontaneamente nosso fiador.


Fiador(Significado): Aquele que se responsabiliza por alguém pelo cumprimento de uma obrigação ou de um dever.

Em Cristo, um sincero abraço.

Henrique Lemos.